quarta-feira, 7 de abril de 2010

Amigos Invisíveis

Esse monte de papéis sobre o bureau, tanta coisa que eu escrevi, foi pra mim?, foi pra ti? pra quem foi afinal?

Buscas, sonhos, afagos. A solidão, fantasias infantis. Planos, expectativas, vontade de brincar. Insólitos encontros, desabafos. Desilusões, decepções, desagradáveis desencontros, confusões.

Estamos entre o céu e a terra, entre o fato e a fantasia. Somos tão leves, frágeis, queremos tudo de bom. Mas às vezes a vida é dura, injusta, muito diferente do que poderia e deveria ser. Então nos sentimos sós, desolados, incompreendidos, singulares nesta multidão, distantes demais do que chamam de real, distantes demais um do outro.

Eu vou até a sacada, debruço no muro e olho pra rua lá fora. Quantas casas e pessoas diferentes, diferentes situações. E o céu lá em cima, etéreo, infinito, completo, único.

As pessoas vão pro céu quando morrem? Será que elas vem do céu quando nascem?

Quando o céu está azul fica tudo mais bonito. Quando o céu está cinzento agrava nossa tristeza, nossa incerteza. Bucólicos momentos.

É perfeito ou imperfeito? É bonito ou feio? É tudo isso junto!

O céu abriga a todos nós nos unindo cosmicamente. E é assim... Navegamos no mesmo barco, iluminados pelo mesmo sol e temos como imprescindível à vida o invisível ar pra respirar.

Mesmo que nem todos saibam não existimos isoladamente. Estamos vinculados compartilhando a vida e o que há de essencial que independe de tempo, lugar ou condição.

O que nos torna amigos é a consciência, afinidades. Existe entre nós uma comunhão de idéias, percepções e aspirações.

É muito bom não ter perdido o fio da meada e sempre ter observado quando a história estava mal contada.

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