sábado, 24 de dezembro de 2011

Edifício Paglioli, na Rua Garibaldi, esquina com Avenida Independência, em Porto Alegre, RS. Local onde minha mãe morou nos últimos anos da vida dela, e onde também morei, com ela, de 2005 a 2008. Fortes lembranças.

A foto é do meu mano Mário Xavier.

sábado, 17 de dezembro de 2011

AR

Cidade pequena
Do interior


Dia de verão 
À tardinha


Depois do banho
Cabelos penteados 
Molhados


Vestido levinho
Sandálias macias
Perfume de alfazema


Caminhada até a sorveteria
É só pra passear
É só pra ir tomar sorvete


Mas é cheia de faceirice e de orgulhos
É cheia de um ar de felicidade
É plena e segura essa caminhada


A mão do pai garante o passeio
E ele conhece o sabor preferido do sorvete


Essa é uma caminhada completa
Completamente doce!

domingo, 11 de dezembro de 2011

POESIA

"Ser poeta não é uma ambição minha
 É a minha maneira de estar sozinha"


Fernando Pessoa em O Guardador de Rebanhos


"Palavras fazem misérias
 Inclusive músicas"


Manoel de Barros em Matéria de Poesia






É isso. A palavra na poesia ganha outras dimensões. E quando alguém é tocado pela palavra poética, tem a possibilidade de sair de um lugar fechado, de uma ideia que usa palavras para trancar pensamentos e sentimentos e para fazer julgamentos. E quem não se sensibiliza com a poesia é porque já está muito trancado, é porque já não deixa mais nenhuma brecha para as outras possibilidades que as palavras oferecem. De perceber, sentir, pensar, enxergar por outros ângulos e mais profundamente.


E os poetas não podem fazer outra coisa a não ser seguir fazendo poesia. Fazendo poesia para tentar libertar os prisioneiros das palavras que trancam. Fazendo poesia para eles próprios se libertarem em suas palavras. Fazendo poesia para dizer o que é melhor dito e entendido através da poesia.


E eu... Eu me jogo em algumas palavras que me seduzem, me atiro no colo delas e fico. Experimento na poesia a exatidão daquilo que sinto, daquilo que penso, aquilo que preciso ver. O conforto de encontrar na poesia uma identidade abrangente, simples e complexa, que vai do concreto ao abstrato e nos permite incluir todas as instâncias da vida e da morte.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Mãe!

MARLENE PINTO POUEY ANTUNES DE OLIVEIRA - * 02 de 10 de 1933 - + 03 de 12 de 2011

Mãe amada, vai com Deus, navegar por outras paragens...

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Recebendo autógrafo de Altair Martins, no lançamento de Enquanto Água, na Palavraria, sábado, 12 de novembro de 2011.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

domingo, 16 de outubro de 2011

De quem é o mundo?

Alguém, certa vez, disse que o mundo é dos sensíveis. E é verdade, se pensarmos que os sensíveis são aqueles que percebem o mundo mais profundamente, os que são capazes de ler nas entrelinhas e captar o que está oculto sob as aparências. Sendo assim, para os sensíveis o mundo é mais complexo e infinito. Mas essa capacidade de perceber, essa sensibilidade, permite que se vislumbre o que há de mais belo e também o que há de mais terrível. Vê-se a pureza, a inocência, as maravilhas que compõem a natureza e as criações, mas vê-se também toda uma desordem, as desigualdades, as injustiças, a frieza, a maldade. Quando estas percepções são extremadas, pode um sensível sucumbir aos seus efeitos e não resistir, adoecendo ou mesmo morrendo devido à sua vulnerabilidade. Então, é relativo dizer que o mundo é dos sensíveis. Talvez o mundo seja demais para quem for muito sensível. E um hipersensível pode se sentir impotente diante dos desafios que o mundo e a vida apresentam.


O que parece mais evidente é que o mundo é dos fortes. Os fortes que conseguem viver centrados em suas crenças e opções, e que dispõem de uma habilidade para lidar com o lado prático da vida. Os fortes que preenchem o tempo com ocupações objetivas e desenvolvem grande capacidade de realizar. Os fortes que têm lá sua sensibilidade, mas que não se deixam abater pelos problemas dos outros. Não se afetam por aquilo que não diz respeito diretamente à vida deles. Sabem manter distância do que pode ser nocivo. E vivem convictos de que estão sempre certos. Não vacilam, não deixam espaço para as dúvidas. São fortes. E mais resistentes. Mas talvez nunca venham a conhecer algumas das mais interessantes nuances da vida.


Também há quem acredite que o mundo é dos loucos. Mas temos que pensar de qual tipo de loucura estamos falando. Muitos loucos já perderam e perdem suas vidas confinados em hospitais psiquiátricos, isolados do mundo. Estes loucos vivem num mundo à parte e restrito, de alguma forma perderam o trem da vida. Vale dizer que o mundo é dos loucos somente se estivermos nos referindo àqueles que concebem seu próprio mundo com liberdade e criatividade, e que de modo singular transitam pelo grande mundo, dando vazão aos seus sentimentos, sabendo lidar com seus fantasmas, exteriorizando suas ideias e dando asas à imaginação. Mesmo assim, sabemos de muitos loucos desse tipo, cheios de talento, que não encontraram seu lugar no mundo enquanto aqui viviam, e só foram reconhecidos depois de mortos.


Podemos também pensar que o mundo é das crianças, porque é na infância que o olhar é totalmente novo e curioso. Mas a infância, linda, fértil, rica, espontânea, é também dependente e incompleta. E é terreno suscetível a muitos espantos e traumas. Ainda há que se considerar que as crianças estão sujeitas aos adultos. Portanto, o mundo é relativamente das crianças. E quanto à adolescência a questão não é muito diferente. O adolescente é irreverente, tem ânsias por liberdade, por explorar e conhecer o mundo, mas falta-lhe a independência, a maturidade, a visão panorâmica que só vem com o tempo.


Talvez o mundo seja de todos nós, de todos os que o habitam. Cada qual no seu lugar, cada qual no seu papel, muitas vezes uma mesma pessoa em diferentes lugares e diversos papéis ao longo da vida. Lugares e papéis nem sempre claros e definidos, mas estabelecidos dentro desta trama de relações de que se constitui a vida, todos implicados, em maior ou menor medida.


E ainda existe a possibilidade de que o mundo não seja de ninguém. Nem seu, nem meu. Apenas um local por onde passamos por um tempo, construindo nossas histórias, vivendo nossas vidas. E esse mundo, repleto de histórias, repleto de vidas, é composto por inúmeros e diversos mundos que representam a peculiaridade de cada ser, de cada situação, de cada tempo e lugar, de cada cultura, de cada obra, de cada produção.

sábado, 15 de outubro de 2011

João do bem

João, nego veio, de coração grande e bom, sempre de bem com a vida, sempre pronto pra ajudar quando fosse preciso, não guardava mágoa nem ressentimento, nele não havia espaço pra maldade.

Quando João morreu, o sol começava a querer se por, mas a luz persistiu ainda um tempo. Olhei pro céu, calmo e infinito, e tive a certeza de que São Pedro esperava por João com as portas abertas.

sábado, 8 de outubro de 2011

Contingências

Eu não queria que isso tivesse acontecido. Mas não pude evitar. Sei que sou culpado, que fui inconsequente e irresponsável. Mas não tinha a intenção. A primeira dose foi para me animar e desinibir, para eu ter coragem de me aproximar da menina que eu queria. Depois, foram muitas outras pra manter o clima de empolgação. Nem sei quantas. Lembro de quando era criança e ficava junto com meu pai enquanto ele bebia aperitivos. Ele parecia feliz nessas ocasiões. Já eram altas horas da madrugada quando resolvemos ir embora da festa. Pretendíamos esticar até um motel, e eu estava entusiasmado por isso. Tive um pouco de dificuldade para ligar o carro, mas consegui e dei a partida. Só que, pela euforia, acelerei demais, e pela alteração nos reflexos, me perdi numa curva batendo de encontro a um poste. Justo com o lado dela. Ela era tão jovem, tão linda.


O feito, feito está. E neste caso foi um feito bastante grave. Somente o tempo amenizará a tua dor, a tua culpa. Mas, pelo menos, tu te importas com o que houve, e isso demonstra tua sensibilidade e teu arrependimento. Sempre voltas neste tema para falar comigo, prova de que buscas tomar consciência. E mais uma série de medidas que adotastes desde que houve o acidente, são também indicativos do teu sofrimento e da tua luta por amadurecer e superar o trauma.


Inúmeros foram os transtornos a que Lúcio foi submetido após este evento infeliz. As questões legais, o processo, a habilitação apreendida, as questões de saúde, especialmente a saúde mental comprometida, horas a fio de análise para tentar se entender e se perdoar por ter cometido um ato tão cruel e ao mesmo tempo involuntário. Lúcio nunca mais dirigiu um automóvel. Vive um fiapo de vida. E sonha que aquela menina ainda existe. No sonho eles estão juntos, numa festa, e combinam de ir até um motel.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Desgraça dada a ver

Num canto de um prédio, sob uma marquise, numa avenida movimentada de uma grande cidade, por algum tempo já, tem habitado um grupo de moradores de rua, três na verdade, que passam deitados no chão, com papelões e sacos cheios de bugigangas junto a eles. São muito sujos e esfarrapados, mas são pacíficos, não perturbam ninguém. Nem mesmo pedem esmolas, apenas sobrevivem passivamente contando com a cooperação de alguns transeuntes que, às vezes, lhes alcançam algum trocado ou algo para comer. E assim passam as horas, os dias, aparentemente conformados com a condição em que se encontram e solidários entre eles, repartindo tudo o que tem: a vida estreita que persiste e a miséria que os abriga e se exibe para quem quiser ver.

O mais velho deles, de cabelos e barba brancos, levanta-se e caminha até o armazém na travessa mais próxima. Entra e dirige-se à prateleira onde estão as garrafas de aguardente. A dona do armazém, uma mulher grande, gorda e forte, grita, em tom hostil, lá do fundo, do balcão:

- Não, não entra porque tu infesta tudo com o teu cheiro. Espera aí na rua que eu te levo o que tu quer.

Enquanto ela apanha a aguardente na prateleira e vai até a rua para vender para ele, ele responde, humilde e coerente:

- A senhora tem banho quente em casa, eu vivo na rua...

Ela entrega a garrafa para ele, pega de sua mão o dinheiro escasso e retruca:

- Vive na rua porque quer, podia ir pra um albergue e tomar banho como todo mundo.

Ele parte, calado, com a garrafa. Ela pega um aromatizador de ambientes e pulveriza todo o recinto, dizendo para os outros fregueses que não era a primeira vez que ele fazia isso. Diz ainda que o cheiro dele é insuportável e que prejudica o estabelecimento.

Para ela, depois que o morador de rua foi embora e ela perfumou o armazém, tudo voltou a funcionar normalmente.

Ele, mais humilhado do que de costume, sentia-se realizado porque, mal ou bem, tinha alcançado seu objetivo, estava com sua garrafa de cachaça em mãos, para dividir com seus parceiros e se preparar para enfrentar a noite que se aproximava, podendo assim ludibriar o frio, a fome e seu estado de desconforto total. O álcool, como sempre, proporcionaria um certo torpor e ajudaria a adormecer e esquecer de tudo. Dos tempos em que as coisas não eram tão ruins e ele até tinha sido um sujeito com alguma sorte, com alguma vida decente, com algumas histórias mais interessantes. De quando tudo começou a se complicar e ele se viu sem emprego, sem ter com quem contar, e foi se desestruturando gradativamente, desacreditando em si e nos outros, perdendo a confiança na vida, enxergando o mundo como um lugar imenso onde ele não conseguia se situar, e assim foi se degradando aos poucos, ficando sem dinheiro, sem ter onde morar, sem cabeça pra pensar, sem afeto que lhe garantisse a existência... E nem sabe explicar muito bem como foi que a rua se tornou sua casa. Tudo tão exposto e desprotegido. Ele sem nada para oferecer a não ser seu grande fracasso. Não conta com ninguém, mas depende de todo mundo. É tão difícil entender, é mais difícil ainda tentar sair deste buraco onde entrou. Sem amigos, somente colegas da rua, com quem de novo divide a cachaça e algumas lembranças, até que o sono o absolva mais uma vez.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Manoel de Barros

A maior riqueza do homem é a sua incompletude.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Saramago

Um escritor é um homem como os outros: sonha.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Galeria de Teresa Pouey de Oliveira

Santo Antônio de LisboaPrédios no Centro da CidadePôr do Sol no GuaíbaLagoEspelho D'águaBeira Mar Norte

Feliz de estar compartilhando algumas fotos minhas, de lugares que amo!

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A árvore da vida

Belo, interessante, forte, o tempo todo nos faz pensar sobre a vida e a morte. E sobre o Universo, e sobre Deus, e sobre religiosidade, e sobre o amor e o ódio, e sobre o destino... 

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Melancolia

Como os problemas pessoais, mesmo distúrbios psíquicos ou transtornos de comportamento, se tornam insignificantes diante das questões astronômicas. O universo é que é imenso e misterioso.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Saramago

Talvez as lágrimas não sejam mais do que isso, o alívio de uma ofensa.






Chora-se por mágoa, tristeza, sufoco, incompreensão, solidão, saudade, ofensa, etc. Chora-se quando dói.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Inverno

Inverno bem caracterizado esse nosso: friozão, chuviscos, e um vento-ventania que faz voar tudo, a começar pelos cabelos. Tem que se segurar pra não sair voando também. Esse vento aumenta a sensação de frio.  É preciso fibra pra não se entregar. Coragem pra encarar a rua. E de noite fica pior ainda. Mas aquecidos na alma, cheios de determinação e vontades bacanas, a gente sai pra ir ao encontro das pessoas, da vida que acontece lá fora. Bolando maneiras de driblar a friaca. Alternando as saídas à rua, para ir de um lugar ao outro, com o aconchego dos locais onde nos abrigamos. São agasalhos, comidas quentes, e, mais que tudo, o calor humano que ameniza as baixas temperaturas. E a estação fica bonita, típica.

Sempre lembrando e agindo para cooperar com os que não podem desfrutar assim o inverno e sofrem expostos ao frio.

E hoje, mais uma vez, o dia está cinza. Dias assim, nublados, cor de cinza, favorecem a introspecção, nos levam a questionamentos sobre os diferentes estados de espírito, em que pesam mais as tristezas, as faltas, as dúvidas sobre o sentido da vida. Porque o céu, que nos dá noção do infinito, e quando está azul parece acenar com clareza e limpidez, cinza se torna denso, dúbio, portador de muitas incógnitas a respeito da vida e da morte.    

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Caio Fernando Abreu

É difícil aprisionar os que tem asas.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Dia da Avó

Feliz dia da avó para todas as avós do mundo. Especialmente para a vó Marlene, com beijos dos netos que a amam muito: Filipe, Gabriel, Vinícius Edgardo, Mariana, Rafael, Ananda, Érico e Glória!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Dia do Escritor

Hoje é Dia do Escritor. Parabéns a todos os escritores do mundo. E obrigado por existirem e nos proporcionarem boas viagens e reflexões.

sábado, 23 de julho de 2011

Oscar Wilde

Por detrás da alegria e do riso pode haver uma natureza vulgar, dura e insensível. Mas por detrás do sofrimento, há sempre sofrimento. Ao contrário do prazer, a dor não usa máscara. 

sexta-feira, 22 de julho de 2011

About Fantasmas

Daqui pra frente, fantasma, só se for o Gasparzinho, o fantasminha camarada.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Em andamento...

Em pleno processo de desenvolvimento, passo por transformações que atribuo à minha recuperação e ao meu amadurecimento. O melhor de tudo é me tornar mais capaz de perceber a vida com clareza. E falo da vida inteira, de agora e de tudo que houve no passado. Acontece uma compreensão ampliada, um discernimento esclarecedor, e os sentimentos se abrandam, os pensamentos se tornam tranquilos. Uma limpeza e reciclagem em memórias conturbadas, de tempos de muita poluição mental e afetiva. Hoje, os congestionamentos de ideias e pensamentos invasivos se foram. Estou mais integrada e mais presente no momento presente. Sentindo mais prazer em ser eu mesma. E disposta a prosseguir vivendo, experimentando, talvez de forma inédita, tudo o que está implicado na vida. Consciente das perdas que vivi, mas refeita, inteira e sentindo o gosto de existir por conta própria. Tudo me leva a crer que tornei a embarcar no trem da vida...

sábado, 16 de julho de 2011

Hilda Hilst, Zeca Baleiro e Zélia Duncan

Adaptação de David MacCord

Eu fui um bebê;
Hoje sou uma criança;
Daqui a alguns anos serei uma pessoa adulta.


Mesmo sendo tão diferente do que era e sabendo que vou ser ainda mais diferente, não sou nem serei outra pessoa.


- Sou sempre eu!


Completamente diferente de todas as outras pessoas que existem.






Esses breves dizeres me acompanham há muito tempo. E de fato acredito que cada um é único, singular, peculiar, com características individuais. Mas hoje, adulta e já com certa maturidade, não concordo com essa parte do final que diz que para ser eu tenho que ser completamente diferente de todas as outras pessoas que existem. Ao contrário, identifico em mim muitas coisas em comum com muitas outras pessoas. E nunca é demais lembrar que quando nascemos não somos ninguém, do ponto de vista psicológico, e é a partir do convívio com quem nos "cria", nos cuida, nos educa, nos nomeia, enfim, é a partir da relação com outros que nos tornamos alguém. E temos semelhanças com estes "criadores", e nos identificamos, e também temos diferenças de nossos "criadores", e é aí que nos revelamos como nós mesmos. Na verdade, nos formamos e nos transformamos ao longo da vida, transitando por essas identificações e diferenças. E somos o que somos. O somatório do que outras pessoas foram para nós, e aquilo que fizemos com o que fizeram conosco. Por isso digo que encontro muito em comum com muitas pessoas, porque no fundo somos todos constituídos da mesma forma. E porque somente quando enxergo o outro como meu semelhante é que posso me tornar humana de verdade. Mas, é claro, cada qual com sua história, cada qual na sua estrada, cada qual em sua vida.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Caio Fernando Abreu

Detesto tudo, perdi o contato com as pessoas, fico vivendo uma vida toda pra dentro, lendo, escrevendo, ouvindo música o tempo todo.






Eu não detesto tudo, mas em muitas ocasiões na minha vida também perdi o contato com as pessoas e vivi uma vida toda pra dentro, principalmente escrevendo por compulsão, vivendo uma vida por escrito, paralela à vida vivida de verdade. 


No tempo do Caio, e em algum tempo da minha vida também, não havia a internet. O isolamento, quando acontecia, era maior.


Hoje, por mais que se esteja sozinho, temos muitos recursos virtuais que nos colocam em contato com outros. O próprio blog é um exemplo disto.


Mas nada substitui a vida vivida de verdade, o contato com a realidade, sair pra rua, observar o que acontece, intercambiar com as pessoas e as situações. 


É preciso saber equilibrar os momentos de solidão e os momentos de socialização. Tem hora pra ficar consigo mesmo e se recolher e aproveitar o recolhimento para ler, pensar, escrever, organizar; e tem hora pra buscar acompanhamento, compartilhamento, integração pra lá de si. 


É a vida com suas variáveis. E como diz a música: é preciso saber viver!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Gabriel Garcia Marquez

A vida não é a que a gente viveu, e sim a que a gente recorda, e como recorda para contá-la.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Reparação

Quando sofremos algum estrago, ainda muito pequenos, andamos pela vida em busca de reparação.


É natural. Onde há um machucado precisa haver um tratamento, uma cura, uma cicatrização.


Mas pode acontecer de não encontrarmos a reparação e cairmos num ciclo de inconformidade constante, insatisfação, dor.


Até que se passe muito tempo e a gente venha a perceber, mais amadurecidos, que tudo é uma questão de adequação das intensidades. Pode não ter havido uma reparação por completo, isso talvez nem seja possível, mas vê-se que sempre existiram pequenas e diversas formas de reparação.


E então, com esta compreensão mais abrangente, podemos até pensar que a verdadeira e melhor reparação compete a nós mesmos, porque está em nós a possibilidade e a capacidade de restaurar danos a que fomos submetidos. 

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Meia Noite em Paris

Inteligente como todos os filmes de Woody Allen. Glamouroso!!! Inusitado!!! Imperdível!!!



quarta-feira, 29 de junho de 2011

POETAS

Ai as almas dos poetas
Não as entende ninguém;
São almas de violetas
Que são poetas também


Andam perdidas na vida,
Como as estrelas no ar;
Sentem o vento gemer
Ouvem as rosas chorar!


Só quem embala no peito
Dores amargas e secretas
É que em noites de luar
Pode entender os poetas.


E eu que arrasto amarguras
Que nunca arrastou ninguém
Tenho alma pra sentir
A dos poetas também!


                                  Florbela Espanca

terça-feira, 28 de junho de 2011

Transtornos Psíquicos

Hoje, no Cafezinho das 5 h, o Mauro falou sobre Bipolaridade, ou Transtorno Bipolar. Bem, quase todo mundo sabe que esse transtorno acarreta alteração de humor, mas o que a maior parte das pessoas não sabe é a que intensidade essa alteração pode chegar. Não é uma questão de simplesmente alternar alegria e tristeza por algumas horas. A alegria pode beirar a euforia, e a tristeza chega à depressão severa. E pode durar longos períodos. Felizmente é tratável e o tratamento costuma trazer melhoras.

O meu transtorno psíquico, Transtorno Esquizoafetivo, é parecido com a Bipolaridade, porque existe a alternância de humor, mas é mais grave porque junto tem a psicose, que muda tudo de figura. Ter pensamentos psicóticos apoiados num humor instável é bastante difícil, é sofrido. Nos tira totalmente do eixo, nos joga num universo de confusões e equívocos. É duro. Mas, assim como a Bipolaridade, também é tratável, e, falando a partir da minha própria experiência, o tratamento ameniza bastante os efeitos do transtorno, nos dando mais estabilidade.

Mas o mais incômodo de tudo é a dificuldade que a maioria das pessoas têm para entender e respeitar uma doença mental. Todo mundo entende uma diabete, um câncer, uma pneumonia que seja, já com a doença mental existe uma limitação no entendimento e até preconceito. Isso deixa a gente um tanto triste. Ninguém fica doente por querer, adoecer não é uma escolha, seja qual for a doença. E falando nisso, além do meu transtorno psíquico, tenho hepatite C e hipotireoidismo. Ou seja, tenho lá minhas fragilidades, meus problemas de saúde. Mas me trato e tento viver minha vida o melhor que posso com as condições que disponho. A vida é isso, cada um vivendo de acordo com suas possibilidades. Até que chegue a hora em que tudo cessa e silencia.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Corpus Christi

Hoje é dia de Corpus Christi. A expressão significa Corpo de Cristo. E o feriado é uma data móvel comemorativa da Igreja Católica. Celebra a presença de Cristo na Eucaristia.


Bom dia para descansar e para lembrar dele, que foi um cara pra lá de bacana, cheio de idéias humanitárias e batalhador no sentido de divulgar e fazer valer as suas idéias. Ele acreditava piamente em Deus e na justiça entre os homens. Não foi compreendido e aceito por todos no contexto em que vivia, mas sempre teve, e tem até hoje, seus seguidores. Marcou o calendário em antes e depois dele, e nos deixou um legado, que está nos evangelhos, cheio de amor, reflexão e exemplos de vida. Que a gente saiba valorizá-lo, respeitá-lo e tê-lo como inspirador nos nossos caminhos.



quarta-feira, 22 de junho de 2011

Momentos especiais!

Hoje, das 12:30 h às 14:00 h, aproximadamente, escutando Pedro Verissimo cantar, acompanhado por Fernando Peters e Luciano Granja, no Foyer do Theatro São Pedro.


Músicas do projeto: O Sabor e o Som, referentes a várias cidades do mundo, como Paris, Londres, Nova York e Rio de Janeiro. Cantou, portanto, em francês, em inglês e em português. Interpretou com emoção e talento uma série de canções bacanas. E deixou o público extasiado. De quebra, homenageou Dona Eva e o Theatro pelos respectivos aniversários.


Sempre é bom ouvir o Pedro cantar. Um prazer! Uma satisfação! Uma alegria!


terça-feira, 21 de junho de 2011

Preciso Urgentemente Encontrar um Amigo

Preciso urgentemente encontrar um amigo
Pra lutar comigo
Pra lutar comigo


Quero ver o sol nascer
E a flor desabrochar
E no mundo de amanhã


Quero acreditar
Quero acreditar
Quero acreditar


E a paz que eu tanto quero
Eu consiga encontrar


Preciso urgentemente encontrar um amigo
Pra lutar comigo
Pra lutar comigo


É difícil encontrar
Pois é grande a confusão
Pode até estar aqui


Nessa multidão
Nessa multidão
Nessa multidão


E a paz que eu tanto quero
Ele traz no coração


Composição de Roberto Carlos e Erasmo Carlos
No clipe abaixo, interpretação de Os Mutantes
Especial gravado pela TV Cultura no Programa Radiola, em 1969

domingo, 19 de junho de 2011

Produção Urgente - Nei Lisboa

O mundo dá voltas à volta de Piccadilly Circus
Buscando a nota exótica que falta
Ao seu traje blasé televisivo

O mundo dá tratos à bola
À mesma que destrata
Pisando na miséria imediata

Contrata para produção urgente
Um negro bem dotado
E um latino quase inteligente

O mundo é dos vivos
O mundo é dos bancos
E os bancos dos mendigos

O mundo é de loucos
Que mundos não têm dono
E só somos vencidos pelo sono

O mundo é do novo
E o novo dos antigos
O mundo é quem sobrar no fim da noite
Dos amigos

sábado, 18 de junho de 2011

Lya Luft

A maturidade me permite olhar com menos ilusões, aceitar com menos sofrimento, entender com mais tranqüilidade, querer com mais doçura. Às vezes é preciso recolher-se.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Caio Fernando Abreu

Minhas alegrias são intensas; minhas tristezas, absolutas. Me entupo de ausências, me esvazio de excessos. Eu não caibo no estreito, eu só vivo nos extremos.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Our House Crosby Stills Nash & Young

Um pouco da história

A história é caótica. Cheia de peças pregadas pelo inconsciente. Cheia de dúvidas e curiosidade a respeito do que habita o inconsciente. Muitos atos, muitos fatos, muita confusão nos sentimentos, muita interferência nos pensamentos. E paralelamente aos acontecimentos, um desperdício muito grande de tempo e energia. Um pano de fundo com uma estampa embaçada e vazia. Um cansaço difícil de compreender. Uma dificuldade pra viver. A vida inteira com a presença constante do morrer. Extremos, contrastes, conflitos. E há muito tempo sem um movimento, sem um grito, sem uma atitude de reação. Somente a quietude e o silêncio como uma forma de resignação. Guardando os resquícios dos laços para que a história tenha continuação.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Fernando Pessoa

"Tudo vale a pena
 Se a alma não é pequena".


Fernando Pessoa.
Hoje em seu 123º aniversário.

sábado, 4 de junho de 2011

Marina Lima

"em que medida envelheceremos bem/ olhando os outros sem doçura e com desdém?"


(trecho da música: "A parte que me cabe")

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Amor?

O filme é um documentário. Várias pessoas fazem relatos de experiências pessoais onde relações amorosas envolvem violência física e psicológica, seja nas relações entre pais e filhos ou nas relações entre cônjuges.

O filme é de João Jardim e tem no elenco Julia Lemmertz, entre outros.

Mostra claramente, e repetidas vezes, como o amor pode vir acompanhado de sentimentos negativos e prejudiciais, como ciúme, desejo de posse e poder sobre a pessoa amada, situações de humilhação, agressão e violência, causando danos severos como baixa auto-estima, conflitos múltiplos e até mesmo risco de morte.

Em um dos relatos a personagem se pergunta como pode se originar numa mesma pessoa o amor e o desejo de matar a pessoa amada...

 

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Da primeira vez...

Da primeira vez em que me assassinaram,
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha...
Depois, a cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha...


Hoje, dos meus cadáveres eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada...
Arde um toco de vela amarelada...
Como único bem que me ficou!


Vinde, corvos, chacais, ladrões da estrada!
Pois dessa mão avaramente adunca,
Não haverão de arrancar a luz sagrada!


Aves da Noite! Asas do Horror! Voejai!
Que a luz, trêmula e triste como um ai,
A luz de um morto não se apaga nunca!


                                                       Mario Quintana

domingo, 29 de maio de 2011

Cora Coralina

Eu sou aquela mulher a quem o tempo muito ensinou. Ensinou a amar a vida e não desistir da luta, recomeçar na derrota, renunciar a palavras e pensamentos negativos. Acreditar nos valores humanos e ser otimista.

sábado, 28 de maio de 2011

Na origem

Na origem de tudo há um conflito. Um conflito muito grande, um choque, mil cisões. A desorganização de algo que estava tranqüilo e em andamento. Uma mexida considerável nas energias. Uma confusão dispersa em massa, luz e sombras. Um impacto, um susto, um não ter onde se segurar. Até as coisas se acalmarem e de alguma forma se acomodarem com mais calma, com mais tempo, com mais espaço para cada parte se situar no seu lugar e no todo. E daí vem uma sensação de paz, misturada com tristeza por tudo que se perdeu nessa imensa transformação. Adiante é contar com o que se tem no momento atual, o modo como tudo está, e contar também com as lembranças de sempre, de antes e depois do conflito. Assim é a vida. 

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Ausências

A ausência de pessoas amadas, em momentos importantes, gerando muita saudade, confusão e carência.


As ausências, como inexistência, às vezes apagamentos, em momentos de pensamento aéreo e desconectado do real, em lapsos de memória, em falhas do raciocínio.


A ausência como falta... Falta do concreto onde se apoiar e referenciar. Falta de uma boa e clara situação dos afetos. Falta de registros suficientes e bons para poder preencher com lembranças as faltas. Falta de um lugar onde se encontrar. Falta de iniciativa e atitude para realizar. Falta da possibilidade constante de ser e estar. 


A ausência como brecha para sonhar, imaginar, inventar. Criar meios de significar as ausências e ocupar o vazio. Do tempo, do espaço, das faltas.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Perdas e Ganhos

Em meio a muitas perdas ganhei uma nova vida conhecendo e respeitando minha fragilidade. 


Como diz Manoel de Barros: 
"desculpe a delicadeza".

Rimbaud

Par delicatesse j'ai perdu ma vie.

domingo, 22 de maio de 2011

Frase de efeito

Se a paixão é descoberta, o amor é invenção. Não abandone o futuro porque ele já é menor do que o passado.


Fabrício Carpinejar, em crônica, no seu blog.

sábado, 21 de maio de 2011

Manoel de Barros

Nuvens me cruzam de arribação.
Tenho uma dor de concha extraviada.
Uma dor de pedaços que não voltam.
Eu sou muitas pessoas destroçadas.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Para estar bem

Para estar bem, para alcançar o bem-estar, é preciso escolher a dedo, procurar como quem procura uma agulha num palheiro. Seja o alimento, seja o ambiente, a música, o livro, o passeio, a companhia, o pensamento. E em meio a tantas ofertas e influências, saber escolher é um aprendizado. Principalmente se aconteceram fatos graves durante nossa estruturação e nós simplesmente não tivemos escolha. Principalmente se acontece de vir à mente lembranças de muitas épocas da vida e nem sempre elas são boas. Queria poder selecionar as lembranças, atenuando as más recordações e dando ênfase ao que foi bom. Porque paralelamente aos traumas, sei que vivi bons momentos. E é nisso que preciso me segurar, no que foi bom, no que fui capaz de fazer de bom. Acreditar que ainda trago comigo minha humanidade, minha sensibilidade e a capacidade de me importar com o mundo e as pessoas. Acreditar que ainda sou capaz de fazer algo produtivo e significativo.

Mesmo nos períodos mais difíceis do meu adoecimento, nunca deixei de ser mãe e manter meu entrosamento com meu filho. Sempre procurei estar a par de como ele estava e sempre procurei ouvi-lo e apoiá-lo. Também nunca perdi a capacidade de lidar com as crianças - no caso meus sobrinhos - cuidando deles e brincando com eles quando tínhamos contato. Isso continuou assim e é assim até hoje.

Sensações desagradáveis, que vem de longe, como timidez, inibição, complexo de inferioridade, isolamento, sentimento de exclusão, reclusão, ostracismo, vergonha, insegurança, mal-estar geral, rondam a minha existência  com frequência. Uma noção de ter vivido, quando pequena, situações em que me sentia constrangida e humilhada, e me via sozinha, indefesa, impotente para reagir. E isso tudo tem pedaços de realidade, mas em boa parte é subjetivo, abstrato, exagerado e distorcido por mim. E é nessa luta que eu estou, para tentar colocar cada coisa no seu tempo, lugar e intensidade mais adequados, para tentar escapar dos assombros e me situar no momento presente. Com mais modéstia, com mais cuidado, com mais cautela, mas ligada no bem-estar, nas pequenas coisas que são prazerozas e permitem que a minha mente serene e que eu me sinta viva de verdade.

Primavera nos dentes

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Manoel de Barros

Me procurei a vida inteira e não me achei - pelo que fui salvo.

terça-feira, 17 de maio de 2011

O tempo

O tempo tem estado instável, mistura céu azul e nuvens - às vezes bem escuras - , mistura sol com chuva. Mais ou menos assim como eu, que fico dividida entre tantas lembranças - às vezes boas, às vezes muito ruins -, e entre muitos esquecimentos. E os buracos de esquecimentos são tantos e tão grandes, que fica difícil encontrar uma história concreta e contínua. São cenas soltas em tempos diversos. E o tempo varia entre momentos muito intensos e outros totalmente em brancas nuvens, no ar mesmo, ou melhor, fora do ar mesmo. Queria saber por onde andei cada vez que estive fora do ar... Queria entender como ninguém viu, ninguém tentou ouvir, porque não me perguntaram nada..., ninguém se importou. Diferente de agora, que estou vendo e sendo vista, que estou  ouvindo e sendo ouvida. Diferente de agora, que o amor está mais bem sinalizado e me permite saber melhor o tamanho que tenho. Diferente de agora, que sei que entre o que foi real e o que foi sentido e o que foi imaginado confusamente, faz parte da história, o tempo todo, o ponto-cego, que ajuda a entender que nem tudo é possível entender, nem tudo é passível de explicação, porque as coisas não acontecem numa única dimensão. E é assim, como esse tempo que anda instável, onde os tempos se mesclam e a dualidade ocorre simultaneamente, é assim que me encontro muitas vezes e é no meio disso tudo que, um pouco confusa, um pouco perdida, eu busco me achar e criar o meu lugar. Para ser. Em todos os tempos.

sábado, 14 de maio de 2011

A CASA GRANDE

...mas eu queria ter nascido numa dessas casas de meia-água
com o telhado descendo logo após as fachadas
só de porta e janela
e que tinham, no século, o carinhoso apelido
de cachorros sentados.
Porém nasci em um solar de leões.
(...escadarias, corredores, sótãos, porões, tudo isso...)
Não pude ser um menino da rua...
Aliás, a casa me assustava mais do que o mundo, lá fora.
A casa era maior do que o mundo!
E até hoje
- mesmo depois que destruíram a casa grande -
até hoje eu vivo explorando os seus esconderijos...

Mario Quintana

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Paulo Freire

"Gosto de ser gente porque, inacabado, sei que sou um ser condicionado mas, consciente do inacabamento, sei que posso ir mais além dele".

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Caio Fernando Abreu

Num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra.

Reforma Íntima

A religião espírita adota a expressão "reforma íntima" para referir a necessidade de cada um se trabalhar e se modificar no sentido de se tornar menos egoísta e mais solidário, menos materialista e mais espiritual, menos sofredor e mais conhecedor do sentido dos acontecimentos na vida. Fundamentam-se na idéia de que a vida não acaba com a morte e que existem reencarnações. Cada encarnação relaciona-se a anterior e a posterior e nada acontece por acaso. A meta é evoluir, amadurecendo e se tornando mais humano.

Conheço a religião espírita desde criança, por influência familiar, e admiro e respeito esta religião, bem como todas as religiões. Mas existe uma outra forma de interpretar a expressão "reforma íntima", mais de acordo com as áreas psi (psicologia, psiquiatria, psicanálise), que também admiro, respeito, estudo e recorro me tratando. Segundo as áreas psi somos o resultado de nossa estruturação psíquica, que se dá na infância, mais profunda e intensamente nos três primeiros anos de vida, seguindo até a adolescência, culminando na vida adulta. Podemos percorrer esta trajetória de desenvolvimento humano de forma mais ou menos harmônica, mais ou menos traumática, com tranquilidade e força ou com dificuldades e muitas angústias. Os tratamentos psi possibilitam a conscientização de situações vividas em fase de estruturação psíquica, que habitam o inconsciente e muitas vezes existem como fantasmas a nos assombrar, e a "reforma íntima" significa analisar e entender estas situações, na medida do possível, e ressignificá-las, se libertando de amarras e desvinculando-se de vínculos nocivos. Mais que isso, buscando diversificar as experiências e relações e colocando prazer em cada momento, com calma e segurança. Importante demais para a "reforma íntima" é a companhia de pessoas saudáveis, a começar pelos terapeutas.

Estou em franco processo de "reforma íntima"!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Florbela Espanca

"Quem nos deu olhos para ver os astros/ Sem nos dar braços para os alcançar?
 Quem me dera encontrar o verso puro/ O verso altivo e forte, estranho e duro, que dissesse a chorar isto que sinto!"

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Em um mundo melhor

O filme mostra o mundo cheio de desigualdades e conflitos, assim como o nosso mundo é, seja em família ou na sociedade como um todo, mas fica claro que o mundo melhor é possível a partir da busca e de atitudes de pessoas mais humanas, amorosas e conscientes.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Citação

A mais divina das vitórias é o perdão.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

terça-feira, 26 de abril de 2011

A Minha Versão do Amor

Comédia dramática. Filme muito bom que no final me deixou com um nó na garganta e os olhos cheios de lágrimas. Adorei o título e acho que é sempre bom lembrar mesmo que o amor tem muitas versões.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Mapa Mundi


Mapa Mundi do Planeta Terra!
E esse nosso Planeta sabe ser grande!
Mas bem maior do que ele é o Universo!

sábado, 23 de abril de 2011

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Carlos Drummond de Andrade

Se procurar bem você acaba encontrando. Não a explicação (duvidosa) da vida, mas a poesia (inexplicável) da vida.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Goethe.

A nitidez é uma conveniente distribuição de luz e sombra.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Cópia Fiel

Um bom filme europeu, com a bela e talentosa Juliette Binoche, e com lindas imagens da Toscana, na Itália.