terça-feira, 17 de maio de 2011

O tempo

O tempo tem estado instável, mistura céu azul e nuvens - às vezes bem escuras - , mistura sol com chuva. Mais ou menos assim como eu, que fico dividida entre tantas lembranças - às vezes boas, às vezes muito ruins -, e entre muitos esquecimentos. E os buracos de esquecimentos são tantos e tão grandes, que fica difícil encontrar uma história concreta e contínua. São cenas soltas em tempos diversos. E o tempo varia entre momentos muito intensos e outros totalmente em brancas nuvens, no ar mesmo, ou melhor, fora do ar mesmo. Queria saber por onde andei cada vez que estive fora do ar... Queria entender como ninguém viu, ninguém tentou ouvir, porque não me perguntaram nada..., ninguém se importou. Diferente de agora, que estou vendo e sendo vista, que estou  ouvindo e sendo ouvida. Diferente de agora, que o amor está mais bem sinalizado e me permite saber melhor o tamanho que tenho. Diferente de agora, que sei que entre o que foi real e o que foi sentido e o que foi imaginado confusamente, faz parte da história, o tempo todo, o ponto-cego, que ajuda a entender que nem tudo é possível entender, nem tudo é passível de explicação, porque as coisas não acontecem numa única dimensão. E é assim, como esse tempo que anda instável, onde os tempos se mesclam e a dualidade ocorre simultaneamente, é assim que me encontro muitas vezes e é no meio disso tudo que, um pouco confusa, um pouco perdida, eu busco me achar e criar o meu lugar. Para ser. Em todos os tempos.

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