Quando sofremos algum estrago, ainda muito pequenos, andamos pela vida em busca de reparação.
É natural. Onde há um machucado precisa haver um tratamento, uma cura, uma cicatrização.
Mas pode acontecer de não encontrarmos a reparação e cairmos num ciclo de inconformidade constante, insatisfação, dor.
Até que se passe muito tempo e a gente venha a perceber, mais amadurecidos, que tudo é uma questão de adequação das intensidades. Pode não ter havido uma reparação por completo, isso talvez nem seja possível, mas vê-se que sempre existiram pequenas e diversas formas de reparação.
E então, com esta compreensão mais abrangente, podemos até pensar que a verdadeira e melhor reparação compete a nós mesmos, porque está em nós a possibilidade e a capacidade de restaurar danos a que fomos submetidos.
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