sábado, 16 de julho de 2011

Adaptação de David MacCord

Eu fui um bebê;
Hoje sou uma criança;
Daqui a alguns anos serei uma pessoa adulta.


Mesmo sendo tão diferente do que era e sabendo que vou ser ainda mais diferente, não sou nem serei outra pessoa.


- Sou sempre eu!


Completamente diferente de todas as outras pessoas que existem.






Esses breves dizeres me acompanham há muito tempo. E de fato acredito que cada um é único, singular, peculiar, com características individuais. Mas hoje, adulta e já com certa maturidade, não concordo com essa parte do final que diz que para ser eu tenho que ser completamente diferente de todas as outras pessoas que existem. Ao contrário, identifico em mim muitas coisas em comum com muitas outras pessoas. E nunca é demais lembrar que quando nascemos não somos ninguém, do ponto de vista psicológico, e é a partir do convívio com quem nos "cria", nos cuida, nos educa, nos nomeia, enfim, é a partir da relação com outros que nos tornamos alguém. E temos semelhanças com estes "criadores", e nos identificamos, e também temos diferenças de nossos "criadores", e é aí que nos revelamos como nós mesmos. Na verdade, nos formamos e nos transformamos ao longo da vida, transitando por essas identificações e diferenças. E somos o que somos. O somatório do que outras pessoas foram para nós, e aquilo que fizemos com o que fizeram conosco. Por isso digo que encontro muito em comum com muitas pessoas, porque no fundo somos todos constituídos da mesma forma. E porque somente quando enxergo o outro como meu semelhante é que posso me tornar humana de verdade. Mas, é claro, cada qual com sua história, cada qual na sua estrada, cada qual em sua vida.

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