sábado, 14 de maio de 2011

A CASA GRANDE

...mas eu queria ter nascido numa dessas casas de meia-água
com o telhado descendo logo após as fachadas
só de porta e janela
e que tinham, no século, o carinhoso apelido
de cachorros sentados.
Porém nasci em um solar de leões.
(...escadarias, corredores, sótãos, porões, tudo isso...)
Não pude ser um menino da rua...
Aliás, a casa me assustava mais do que o mundo, lá fora.
A casa era maior do que o mundo!
E até hoje
- mesmo depois que destruíram a casa grande -
até hoje eu vivo explorando os seus esconderijos...

Mario Quintana

Um comentário:

  1. Adoro poesia! Porque a poesia salva.
    Adoro, especialmente, nosso amado poeta Mario Quintana, que pude conhecer mais profundamente quando, na adolescência, morei com a Elena, sobrinha-neta dele, que sabia muito sobre ele.

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