sábado, 23 de outubro de 2010

Alma lavada!

A gente estava trabalhando e o trabalho era ensinar e ensinar era também aprender. Se fazia de tudo um pouco e se misturava o real, o imaginário e o simbólico. De olhar, ouvir e observar bastante. De brincar e inventar. Considerando o brincar uma coisa muito séria. Se lia, se escrevia e se falava, a gente muito conversava. Se brincava de perguntar e responder, tentando perceber o que cada um estava sentindo e buscando levar um pouco de conforto e esclarecimento, se fosse possível. Se brincava de trabalhar e se trabalhava brincando, e acontecia o que mais se queria, que era aquilo de sentir prazer e se integrar e crescer.

A gente ía até onde estavam as pessoas para conhecer a vida delas de pertinho, para saber como era de verdade. E as pessoas queriam aprender com a gente e a gente ensinava o que sabia, sobre movimentos e atividades e cuidados com o corpo e com a vida. Fazíamos tudo com alegria e dedicação. E nós também aprendíamos com tanta gente diferente, de todas as idades, desde bebês e crianças até os bem velhinhos, passando pelos adolescentes e adultos. Gente de muitas histórias diferentes, mas que em comum tinham o gosto pela vida, a vontade de viver, mesmo tendo problemas aqui e ali. E toda essa gente gostava muito de nós, eles gostavam de poder contar conosco.

Uma coisa que muito se ensinou e que muito se aprendeu foi olhar com toda a atenção que se pode ter para perceber mais e mais as pessoas, o lugar delas, seus valores, seus costumes, as coisas que fazem e como se sentem. Perceber que o trabalho era conhecer a vida e entender que a saúde e a doença acontecem muito de acordo com o tipo de vida que a pessoa leva.

Foi uma experiência rica, para a comunidade, para os alunos estagiários e para mim, como fisioterapeuta e professora supervisora.

Nenhum comentário:

Postar um comentário