quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O filme

O filme enfoca as relações humanas, a solidão de cada um, a carência afetiva e o modo como cada qual busca suprir essa carência, a dificuldade para se comunicar apesar dos avanços nos meios de comunicação, a importância da sensibilidade, da amizade, da solidariedade, do humano nos humanos.

Mostra diferentes mundos convivendo e a forma como cada um é capaz de ler o mundo, a vida, o outro com o qual se depara.

A diferença no que atiça, chama e move cada pessoa para esta ou aquela direção.

Mostra as fatalidades do destino e a imprevisibilidade dos acontecimentos.

Nos leva a questionar até que ponto somos responsáveis pelo desencadeamento de situações em nossas vidas ou se apenas sofremos as consequências do sistema, seja o grande sistema que rege o mundo com suas regras e leis, valores e padrões, seja o pequeno sistema familiar que, de modo mais intenso e determinante, nos fez ser o que somos e nos comportarmos dessa ou daquela maneira diante da vida, nosso posicionamento no mundo, nosso lugar.

Nos aponta diferentes modelos de personalidades e os contrastes entre a passividade e a atividade, a inércia e o movimento, a resignação ou a postura de desafiar e enfrentar, a fantasia, o sonho, o desejo de ideal e as limitações que o real impõe.

Também as diferentes representações a respeito do amor e de como ele se manifesta de muitos modos em diferentes condições, de admiração e veneração, de dependência e necessidade de zelo, de disponibilidades e escolhas.

Se vê o modo como um mesmo acontecimento pode ser percebido e repercutido de tantas maneiras distintas, indo desde o banal e raso, quando aparecem personagens de menor complexidade transformando em fofoca ou interesse pessoal de oportunidade para aparecer na mídia, situações de tamanha profundidade envolvendo por completo o destino e a vida das pessoas em questão.

Coloca a noção de identidade sexual e de afinidades nas relações entre seres do mesmo sexo ou de sexos distintos, muito mais adiante do que a simples noção limitada e preconceituosa que costuma vigorar, que em tudo resume as relações apenas ao sexo em si, ao ato sexual e à opção sexual de cada um.

Demonstra a quantidade de enganos e interpretações equivocadas consequentes ao desconhecimento e à falta de dados e informações suficientes para entender uma situação.

Por fim, nos alerta para a brevidade da vida e para a certeza da morte, nos permitindo refletir sobre o quanto não deveríamos deixar pra depois, indefinidamente, as resoluções sobre questões tão importantes como nossa relação com aqueles que amamos.

Depois pode ser que nunca chegue. Depois pode ser que seja tarde demais.

Por outro lado, o filme conclui apresentando a continuidade da vida e a possibilidade de novas relações e de outras situações se criarem sempre.

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